Cap. 251
— Está pronto para partir? – pergunta um já impaciente padre Westwood ao Dr. William, que responde:
— Faltam alguns detalhes. Podemos partir amanhã antes mesmo do amanhecer.
Padre: — Finalmente!
Médico: — Preciso separar alguns medicamentos por precaução.
Padre: — Só se for para a garota.
Médico: — Evidentemente. Mas, se sobrar o suficiente, atenderei também nossos bravos delegados.
Padre: — Se sobrar o suficiente dos remédios ou dos delegados?
Médico, sorrindo: — Bom ver que o senhor manteve o espírito para a busca. Se importa se eu levar alguma bebida?
Padre: — Se importa se eu beber sua bebida?
Médico: — Será um prazer compartilhar com o senhor.
Padre: — Ótimo, assim não terei que atirar em você também.
Os dois se despedem e vão cuidar dos últimos preparativos para sua viagem.
Em New Heaven, a viúva Emma acaba de receber o que conseguiram resgatar após o incêndio do circo. Felizmente, coube tudo no celeiro, que estava fechado e vazio desde a morte de seu esposo.
— Eu volto em poucos dias, não se preocupe. – avisa ela, gentilmente para a figura enfaixada que, apoiada na janela, não tira os olhos do celeiro.
Emma continua: — Deixei pão, manteiga, um frango assado e duas tortas para que você não passe fome. O xerife prometeu que passará alguém aqui todos os dias para ver como você está.
A figura meneia positivamente a cabeça na esperança de terminar logo com aquele monólogo.
Mas a mulher continua: — Fique à vontade para espiar no celeiro. Pode ser que encontra algo seu.
Ela vai até a porta do quarto, mas se detém para mais um pedido:
— Só peço, por favor, que não parta enquanto eu estiver fora. Promete que me dará, ao menos, um último adeus?
— Garanto que terá um adeus de tirar o fôlego. – sussurra a figura na janela, sorrindo como um gato que encurralou um canário.
A viúva se apressa para terminar de fechar suas malas. Faltam poucas horas para deixar a cidade.
E só Deus, ou o Grande Espírito, sabem dizer quantas horas faltam para as pessoas na cabana na Montanha do Silêncio congelarem... ou explodirem.